Os impactos da chuva nos países africanos 

O esplendor de extravagância de Kelly Khumalo, no seu mais recente videoclipe para a música “Uyathandwa”, rima de certa forma com a extravagância do impacto das chuvas sobre os países com o menor PIB mundial. Me refiro, claro, aos países africanos. 

Talvez você pense que, em África, as manchetes só mudam de cor, figura e tipo de letra, mas os títulos e os conteúdos seguem na mesma. Ironicamente é também mesmice quando falamos dos trabalhos esplendorosos de Kelly Khumalo, porque todos são. 

Mas as chuvas trouxeram uma especiaria hipervaliosa: a movimentação dos Brics, o grupo fundado sobre o pilar do empoderamento do sul global, através do qual se esperava, de forma ingênua e infantil, uma contribuição ou pacote de auxílio financeiro para ajudar a colmatar os efeitos das chuvas. 

Não precisava, claro, ser na proporção que foi destinada ao Brasil, mas qualquer centavo já serviria para nos ajudar a lamber as nossas feridas. Contudo, felizmente, não foi noticiado nenhum cêntimo de Franc CFA para os cofres do Quênia, Burundi, Tanzânia ou Somália, que juntos somaram 1 milhão de pessoas impactadas pelas chuvas. 

Eu disse e reforço “felizmente”, porque quem sabe de uma vez por todas possamos nos conscientizar de que não existirá uma corrente do sul global, ou noroeste global, criada e protagonizada por não africanos, que olhará para nossas dores como combustível para ações. 

É necessário – não em minha percepção, mas na fartura dos fatos – darmos um significado à morte dos nossos corpos. Um significado que vai além de lamentos, choros, e insumos para roteiros de dramas, documentários e afins. 

Se condenados e mortos já estamos, então o custo de levarmos junto à nossa cova quem antecipa a nossa morte é quase zero. Assim como o lucro de usarmos a nossa voz, intelecto e força para ajudarmos nossos semelhantes, será o maior possível. 

Até porque exemplos não nos faltam, desde as lutas da independência, até os dias de hoje. Temos jovens, como o atual presidente do Senegal que caminhou sobre essa mesma lógica; e o Boby Wine que há anos no Uganda vem sendo a voz da resistência, tal como os revús em Angola e outros países. 

Sim, estou a querer dizer que a solução dos nossos problemas passam por nos resolvermos com os nossos opressores internos. Como fazer isso, é o que peço que sugiras nos comentários. 

E quanto aos efeitos das chuvas nos países africanos, pode dar um google, porque não vai faltar portal falando disso. 


Por Jornal África

 

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