Wafas, as elites do Xadrez do Continente Africano.

O xadrez tem origem controversa, mas é possível afirmar que o jogo foi inventado na Ásia, propriamente na Índia, com o nome de Chaturanga. E dali se espalhou para China, Rússia, Pérsia e Europa, onde foram estabelecidas as regras atuais. Mas algumas pesquisas feitas recentemente indicam uma possível origem na China – também pertencente ao continente asiático – no século III a.C, na região entre o Uzbequistão e a Pérsia antiga (atual Irã).

Praticado no mundo todo, o xadrez também está presente nos países do continente africano, onde há atletas de grandes qualidades que já ganharam títulos importantes nas competições de xadrez em África e nos campeonatos internacionais de xadrez, como por exemplo, as irmãs Wafa.

A xadrezista (ou enxadrista) Shahenda Wafa, de nacionalidade egípcia, que nasceu em 1988 e faz parte do clube egípcio Etihad Elshorta, localizado em sua cidade natal El-Kubra, obteve o título de Mestre FIDE Feminina (WFM) em 2011, de Mestre Internacional (WIM) em 2013, e de Grande Mestre (WGM) em 2017. Ela também venceu o Campeonato Africano Feminino de Xadrez em 2017 e 2018. Hoje Shahenda Wafa conta com o rating de 2115 pontos.

Por sua vez, a sua irmã mais jovem, Shrook Wafa, que nasceu em 1997, jogadora talismã pelo mesmo clube, conquistou o título do Campeonato Africano de Xadrez na categoria Júnior, em Windhoek, Namíbia, em 2014, pela seleção do Egito, vencendo o jogo da nona rodada contra a WCM Fisher Michelle, da África do Sul, acumulando 7,5 pontos. Com essa conquista, Shrook Wafa alcançou o título de  WGM.

Shahenda e Shrook Wafa romperam muitas barreiras do preconceito e das limitações impostas às mulheres do continente africano, e hoje são referência para outras mulheres e inspiração para inúmeras meninas que se interessam pela prática do xadrez.

Os Títulos no Xadrez

Vale lembrar que é a Federação Internacional de Xadrez (FIDE) que avalia os desempenhos pelo rating (sistema de pontos) e atribui os títulos aos (às) enxadristas. Grande Mestre (GM) é o título mais alto que um (a) jogador (a) de xadrez pode conquistar. É um título vitalício e é atribuído ao (à) enxadrista que alcança o rating de 2500 pontos (homem) ou 2300 pontos (mulher) e obtém dois resultados favoráveis (denominados normas) em torneios internacionais.

Excepcionalmente, o título de Grande Mestre é concedido à Campeã Mundial Feminina, ao Campeão ou à Campeã Mundial Júnior e ao Campeão ou à Campeã Mundial Sênior, sem a necessidade de cumprir os critérios acima.

Por fim, os títulos mais baixos são, na sequência: Mestre Internacional (IM), Mestre (FM) e Candidato a Mestre (CM). Existe também o título de Mestre Nacional (MN) conferido por algumas federações nacionais a enxadristas com o rating mínimo de 2200 pontos.

Existem mais de 200 GMs (Grandes Mestres) somente na Rússia, enquanto que somente 17 em todo o continente africano, sendo 3 do sexo feminino (Woman Grand Masters ou WGM). Dentro dessa raridade, as irmãs Wafa (WGM Shahenda Wafa e da WGM Shrook Wafa), do Egito, constituem um fato curioso e digno de nossa reverência.

Redação: Caetano Serrote

E-mail do Caetano: serrotec@yahoo.com.br

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