Quenia: O impacto das redes socias nas eleições.

Nos últimos tempos as redes sociais têm sido um veículo muito utilizado em África para diferentes fins, devido ao vasto crescimento da internet nos países. Um desses usos é no campo da política.

Nas eleições gerais do Quênia, realizadas no último dia 9 de agosto, os candidatos utilizaram intensamente as redes sociais Facebook, Instagram e Twitter para propagandas políticas e debates abertos com os cidadãos. Essa ampliação do uso da internet nas eleições decorre da impossibilidade de realização de debates abertos nos meios de comunicação tradicionais, como a televisão, o jornal impresso e o rádio, devido ao controle total do Estado sobre esses veículos. Para o politólogo e ativista queniano Mwalimu Mati, as redes sociais tornam as campanhas mais justas, porque é onde toda verdade é postada, devido à vasta liberdade de expressão que oferecem. Em comparação com a última eleição, o número de usuários da internet cresceu: segundo dados publicados pelo Ministério da Informação, cerca de 14 milhões de quenianos estão conectados à internet atualmente, número este que representa 32,1% da população.

Já em Angola, outro país do continente africano, o contexto é semelhante. Com eleições gerais marcadas para o dia 24 de agosto próximo, as redes sociais estão a ser o maior veículo de informação utilizado pelos partidos. A população jovem também enfatiza sua participação política nas redes, sobretudo no Facebook, para mostrar suas manifestações e debates abertos sobre a situação do país. Os portais de notícias na internet, como Clube-k e Novo Jornal, estão conquistando cada vez mais leitores, porque parte da população acredita que as mídias tradicionais, como a Televisão Pública de Angola e o Rádio Nacional de Angola, têm informado com inverdade, seguindo linhas editoriais sob tutela do Estado.

Esses dados mostram que as mídias sociais estão a ter sua utilização ampliada durante as eleições de países africanos. Sendo assim, é de interesse público entender como essas plataformas contribuem para o desenvolvimento democrático.

O caso do Brasil merece observação, pois, nas eleições realizadas em 2018, Jair Bolsonaro conseguiu ganhar mais audiência através das redes sociais, tendo recebido 55,13% dos votos; ao passo que o outro candidato, Fernando Haddad ficou em segundo lugar, com 44,87% dos votos – Haddad começou sua campanha mais tarde, utilizando massivamente as redes sociais e acreditando que a verdade teria mais poder do que as fake news. 

Vale lembrar que o Quênia é um país da África oriental, que faz fronteira com Sudão do Sul e Etiópia a norte; a leste com Somália e Oceano Índico; ao sul com Tanzânia; e a oeste com Uganda. A capital é Nairóbi, a cidade mais populosa. Quênia tem uma população aproximada de 45 milhões de pessoas e uma área de cerca de 590 mil quilômetros quadrados. Foi colonizado no século XV pela Inglaterra e tornou-se independente em 1963. A língua mais falada no país é o suaíli (kiswahili),  a língua nacional. O inglês também é idioma oficial.

Por: Timóteo de Sousa 

Fonte: DW 

plugins premium WordPress